
A França tem sido um centro de criação cultural por séculos. Muitos artistas franceses estiveram entre os mais famosos de seu tempo e a França ainda é reconhecida no mundo pela sua rica tradição cultural.
Os sucessivos regimes políticos que sempre promoveram a criação artística e a criação do Ministério da Cultura em 1959 ajudaram a preservar o patrimônio cultural do país e torná-lo disponível ao público.
O Ministério da Cultura tem sido muito ativo desde a sua criação na concessão de subsídios aos artistas, promovendo a cultura francesa no mundo, apoiando festivais e eventos culturais, além de proteger monumentos históricos. O governo francês também conseguiu manter uma exceção cultural para defender produtos audiovisuais feitos no país.
Belas Artes
As primeiras manifestações artísticas vêm do período pré-histórico, em estilo franco-cantábrico. A época carolíngia marca o nascimento de uma escola de iluminadores que se prolongará ao longo de toda a Idade Média, culminando nas ilustrações do livro As Horas Muito Ricas do duque de Berry.
Os pintores clássicos do século XVII francês são: Poussin e Lorrain. No século XVIII predomina o rococó, com Watteau, Boucher e Fragonard. Nos finais do século começa o classicismo de Jacques-Louis David. O romanticismo está dominado pelas figuras de Géricault e Delacroix.
A paisagem realista da Escola de Barbizon tem sua continuação em artistas de um realismo mais testemunhial sobre a realidade social de seu tempo, como Millet e Courbet. Nos finais do século XIX Paris, convertida em centro da pintura, vê nascer o impressionismo, precedido pela obra de Édouard Manet.
A este seguem Toulouse-Lautrec, Gauguin e Cézanne. Já no século XX, surgem os fauvistas em torno da Matisse e o cubismo da mão de Georges Braque e do espanhol Pablo Picasso que trabalham em Paris.
Outros movimentos artísticos vão se sucedendo, na Paris de entreguerras, decaindo como centro pictórico mundial depois da Segunda Guerra Mundial.
Na França, a escultura evoluiu por diversos estilos, se sobressaindo em todos eles: pré-histórico, romano, cristão, românico, gótico, renascentista, barroco e rococó, neoclássico (Frédéric Auguste Bartholdi: Estátua da Liberdade), romântico (Auguste Rodin: O pensador), e os contemporâneos.
![]() Le Liberté Guidant Peuple de Eugène Delacroix | ![]() A Burial at Ornans de Gustave Courbet | ![]() Still Life The Table de George Braque, 1928 |
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![]() Salon de la Rue des Moulins (1894) de Henri Toulouse-Lautrec | ![]() Retrato da Madame Camille Doncieux de Claude Monet, 1872 | ![]() Reclining Odalisque de Henri Matisse, 1927 |
![]() Reclining de Matisse | ![]() Mulher Com Um Guarda-Sol - Madame Monet e seu filho de Claude Monet, 1875 | ![]() Paisagem Com Enéias em Delos de Claude Lorrain |
![]() O Desembarque de Cleópatra em Tarsus de Claude Lorrain | ![]() Madonna das Etapas de Nicolas Poussin | ![]() Bonheur Vivre de Matisse |
![]() L'Eglise de Gréville de Jean-François Millet | ![]() La Pieta de Eugène Delacroix | ![]() Impression Soleil Levant de Claude Monet |
![]() Helios e Phaeton com Saturno e as Quatro Estações de Nicolas Poussin | ![]() Garrafa e Peixes de George Braque, em 1910 | ![]() Corredores de Cavalaria em Roma de Théodore Géricault |
![]() Auto-retrato de Gustave Courbet | ![]() A Pastora de Jean-François Millet | ![]() A Dança de Matisse |
![]() A Balsa da Medusa de Jean Louis Théodore Géricault (Museu do Louvre, 1818-19) |
Arquitetura
No que se refere à arquitetura, os celtas deixaram seus rastros também na construção de grandes monólitos ou megálitos, e a presença grega desde o século VI a. C. que hoje é recordada na herança clássica de Marselha.
O estilo românico tem exemplos na Maison Carrée, templo romano edificado entre 138-161 a. C., ou no Pont du Gard construído entre os anos 1940 e 60 d. C., em Nimes e declarado patrimônio universal em 1985.
Na França se inventou o estilo gótico, plasmado em Catedrais como as de Chartres, Amiens, Notre Dame ou Estrasburgo. O renascimento surgido na Itália, tem seu estilo arquitetônico representado magistralmente no Castelo de Blois ou no Palácio de Fontainebleau entre outros.
A arte barroca (também de origem italiana), e o rococó (invenção francesa) têm obras extraordinárias na França.
Tal é o caso do Palácio do Louvre e o Panthéon de Paris entre tantos outros. O modernismo ou arte moderna na arquitetura engloba todo o século XIX e a primeira metade do XX, e Gustave Eiffel revolucionou a teoria e prática arquitetônica de seu tempo na construção de gigantescas pontes e no emprego de materiais como o aço. Sua obra mais famosa é a chamada Torre Eiffel.
Outro grande ícone da arquitectura universal é Le Corbusier, um inovador e funcionalista celebrado especialmente por seus aportes urbanísticos nas edificações de vivendas e conjuntos habitacionais.
![]() Portão Norte da Catedral de Chartres | ![]() Vista Interna da Catedral de Strasbourg | ![]() Sainte Chapelle |
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![]() Pantheon em Paris | ![]() Vista Interna do Pantheon em Paris | ![]() Musèe de Louvre |
![]() Le château de Fontainebleau | ![]() Catedral de Strasbourg | ![]() Catedral de Chartres |
![]() Catedral de Amiens | ![]() Castelo de Blois |
Música
Na música francesa desde antes do ano 1000 se destaca o canto gregoriano empregado nas liturgias. Na França se criou a polifonia. Na denominada Ars Antiqua, se atribui a Carlos Magno o Scholae Cantorum (783). “Les Juramménts de Strasbourg”, é a obra lírica francesa mais importante da Idade Média, período no que se desenvolvem as Canções de Gesto como a Canção de Roland.
A França foi o berço dos trovadores no século XII, assim como do Ars Nova dos séculos posteriores. Durante o Romantismo Paris se converte no centro musical do mundo e na atualidade, a França mantém um lugar privilegiado na criação musical graças a novas gerações de compositores.
Dentro dos exponentes da música popular francesa, se encontram figuras como Edith Piaf, Mireille Mathieu, Dalida, Charles Aznavour, Vanessa Paradis, Serge Gainsbourg e Gilbert Becaud.
Teatro
O Teatro até à Idade Média
Os clérigos, nas grandes festas religiosas, representavam estes dramas nos santuários, o que é assinalado desde o século XI na França.
O século XI trará as línguas vulgares e o profano ao teatro medieval, nos adros das igrejas com atores laicos a representar. A temática teatral consiste nos mistérios (temas do Antigo ou Novo Testamentos), dos milagres (das vidas de santos), dos autos, das moralidades (os temas mais recorrentes eram a morte, o desejo e a fé), dramas onde muitas vezes surgiram temas escatológicos e milenaristas (por exemplo, o Esposo, drama francês do século XII).
Destacam-se nomes como o do francês do século XV, Arnoul Gréban (o seu Mistério da Paixão demorava quatro dias a representar e tinha mais 35 000 versos), o também francês Rutebeuf, com o seu Milagre de Teófilo. A Idade Média também tinha "teatro" cómico, com as farsas.
O Teatro do Renascimento às Luzes
O Renascimento, de fato, foi a idade de ouro do teatro europeu. Apesar das limitações ao profano que o Concílio de Trento logo em 1548 tentou impor, o teatro perdeu a sua quase exclusiva componente sacra da Idade Média. Assumiu-se cada vez mais como "teatro popular", mas já mais "profissionalizado", com a comédia separada da tragédia e com os autores a ganharem importância e independência criativa.
O teatro não mais deixou de ganhar em fulgor e redescoberta, apurando-se géneros como a comédia, principalmente, graças a autores como Marivaux e Beaumarchais, em França. A ópera, uma das grandes paixões do século XVIII, conferiu ainda mais força ao teatro.
A tragédia, que evoluiu mais para o drama e para o melodrama, declinou nos séculos XVII e XVIII, pois mantinha ainda um profundo sentimento social e religioso. A tragédia heroica, de Corneille ou Racine, será uma exceção a esse declínio.
Na segunda metade do século XVIII, com Voltaire, o teatro adapta-se à sua época, simplificando-se cenicamente, em relação à ópera, principalmente. Se o repertório é ainda o do século XVII, de Racine e Molière, os espaços são já diferentes, mais apropriados e dignificados cenicamente, tanto em teatros como em palácios.
O Teatro do Romantismo à atualidade
O Romantismo irá, no entanto, pôr de lado os cânones barrocos e rococós, conformistas e desadaptados aos novos tempos. O teatro romântico ganhou notoriedade com figuras como Rostand (Cyrano de Bergeràc).
No Teatro Contemporâneo, cujo início pode coincidir com a Primeira Guerra Mundial, há que recordar a comédia social, criticamente mordaz mas divertida, como se vê em Na França, também surgiram Anouilh, Camus e Sartre, depois do "teatro psicológico e experimental" de Jean Cocteau ou Mauriac.
Surgida nos anos 50, a Vanguarda, com o seu teatro do realismo social, que teve em Beckett (irlandês, mas escrevendo em francês). Tardieu e Genet manterão vivo este teatro de Vanguarda até os finais do século XX.
![]() François Marie Arouet, Voltaire | ![]() Théâtre du Châtelet | ![]() Pierre-Augustin Caron de Beaumarchais |
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![]() Théâtre national de l'Opéra-Comique | ![]() Pierre Marivaux | ![]() Palais Garnier |
![]() Jean-Baptiste Poquelin, Molière | ![]() Jean Racine |





