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O folclore japonês é muito influenciado pelo Xintoísmo e pelo Budismo, as duas religiões primárias no Japão. Geralmente envolve personagens e situações engraçadas ou bizarras, e também inclui uma variedade de divindades, como bodisatva, kami (deuses e espíritos reverenciados), yōkai (espíritos que não tem conotação religiosa) (tais como oni, kappa, e tengu), yūrei (fantasmas), Dragões, e animas com poderes sobrenaturais, como a kitsune (raposa), o tanuki (cão-guaxinim), a mujina (doninha), e o bakeneko (gato monstro).

 

O folclore japonês é normalmente dividido em várias categorias: "mukashibanashi", contos de antigamente; "namidabanashi", histórias tristes; "obakebanashi", histórias de fantasmas; "ongaeshibanashi", histórias de retribuição da bondade; "tonchibanashi", histórias de sabedoria; "waraibanashi", histórias engraçadas; e "yokubaribanashi", histórias de ganância.

 

Também houve influência da literatura internacional. Algumas histórias da Índia foram influencias para modelar as histórias japonesas, provendo-lhes assuntos. Assuntos indianos foram grandemente modificados e adaptados à maneira que tocasse a sensibilidade das pessoas comuns do Japão em geral.

 

As histórias de macacos do folclore japonês foram influenciadas tanto pelas poesias indianas em sânscrito, quanto pela literatura chinesa clássica. As histórias mencionadas nos contos budistas Jataka aparecem em uma forma modificada através da coleção japonesa de histórias populares.

 

No século XX, contadores de historias viajavam de cidade a cidade freqüentemente, contando essas histórias com ilustrações em um papel especial chamado kamishibai.

Música

 

Músicas folclóricas japonesas (min'yō) podem ser agrupadas e classificadas de muitas formas diferentes mas geralmente se pensa em quatro categorias principais: músicas de trabalho, músicas religiosas (como o sato kagura, uma forma de música xintoísta), canções usadas para cerimônias como casamentos, funerais e festivais (matsuri, especialmente o Obon), e músicas infantis.

No min'yō, os cantores geralmente são acompanhados por um alaúde de três cordas conhecido como shamisen, tambores de taiko e uma flauta de bambu chamada deshakuhachi.

 

Outros instrumentos que podem acompanhar são uma flauta conhecida como shinobue, um sino conhecido como kane, um tambor chamado tsuzumi e um cítara de 13 cordas conhecido como koto.

 

Em Okinawa, o instrumento principal é o sanshin. Eles são instrumentos tradicionais japoneses, mas a instrumentação moderna, como guitarras elétricas e sintetizadores, é também usada, com cantores de enka fazendo cover de canções tradicionais de min'yō.

Pintura

 

A pintura japonesa (絵画, Kaiga, também gadô 画道), é uma das mais antigas e refinadas artes visuais do Japão e compreende uma ampla variedade de estilos e géneros.

 

Tal como ocorre com a história das artes japonesas, em geral, a longa história da pintura japonesa exibe a síntese e emulação entre a nativa estética japonesae a aplicação de ideias importadas, principalmente da pintura chinesa, que foi especialmente influente em várias áreas; a influência ocidental só é sentida em finais do século XIX, difundindo juntamente com desenvolvimento a arte japonesa no Ocidente.

 

Os temas de interesse, onde a influência chinesa se torna proeminente, incluem a pintura religiosa budista, pintura sumi-ê de paisagens em pintura tradicional de literatos chineses, e a pintura de plantas e animais, principalmente pássaros e flores. Porém, as tradições tipicamente japonesas foram desenvolvidas em todas estas áreas.

 

O tema amplamente considerado como o mais característico da pintura japonesa - mais tarde com técnicas de impressão - é a representação de cenas do quotidiano e narrativas, muitas vezes representadas com inúmeras personagens e complexos detalhes.

 

Este estilo teve início no período medieval sob influência chinesa, onde as primeiras manifestações são atualmente indistinguíveis, com excepção dos termos generalizados. Contudo, desde da época em que as primeiras obras foram realizadas e sobreviveram até ao nossos dias, foi desenvolvida uma cultura especificamente japonesa que prevaleceu até à modernidade.

 

A lista oficial dos tesouros nacionais do Japão (pintura) incluí 158 obras ou conjuntos de obras que remontam do século VIII até ao século XIX (das quais fazem parte uma série de pinturas chinesas outrora perdidas no Japão) que representam os vértices da pintura japonesa ou casos raros de obras remanescentes de períodos anteriores.

Arquitetura

 

A arquitetura japonesa (日本建築, Nihon kenchiku) caracteriza-se tanto pelas suas qualidades estéticas intrínsecas quanto pela marcante influência que viria a exercer no Ocidente, sendo reconhecida como uma das mais importantes contribuições do espírito nipónico à cultura universal.

 

Existem vestígios de construçõesneolíticas através de modelos de casas encontrados em túmulos, mas apenas com a introdução do budismo, no século VI d.C., pode-se identificar uma tradição contínua.

 

Como a religião, a arquitetura japonesa foi muito influenciada pela China, com a adoção da madeira como principal material de construção e da coluna como elemento primordial da estrutura.

 

No entanto, a arquitetura japonesa tende a ser menos grandiosa do que a chinesa e dá maior atenção à integração da construção ao ambiente.

 

Esta consideração tem importância particular na localização dos santuários xintoístas (o xintoísmo é a antiga religião japonesa, predecessora do budismo), que eram sempre situados em belos locais e apresentavam uma atmosfera de grandiosidade ou de mistério, sugerindo a proximidade dos deuses.

Literatura

 

A literatura japonesa cobre um período de quase dois milénios. As primeiras obras são fortemente influenciadas pelo contato cultural com a China e a literatura chinesa, uma influência que permanece até ao período Edo. 

 

 

As primeiras obras foram criadas no Período Nara, entre elas incluem-se o Kojiki (712, um trabalho registando a mitologia japonesa e lendas da antiguidade), o Nihon shoki (720, uma crónica com mais profundidade histórica) e o Man'yōshū (759, umaantologia poética).

 

 

O período Heian, referido também como uma época áurea da arte e literatura. A "Lenda de Genji" (Genji Monogatari) que data do início doséculo XI e foi composto por Murasaki Shikibu, é considerada a mais proeminente obra de ficção deste período e também como uma das primeiras composições literárias em forma de novela.

 

 

Outros trabalhos importantes deste período incluem o Kokin Wakashu (905), uma antologia de poesia waka e "O Livro de Almofada" Makura no Sōshi (990s), sendo o segundo escrito por Sei Shonagon, contemporâneo e rival de Murasaki Shikibu.

 

 

A Kokin-siu (Antologia de poesia antiga e moderna, 905) foi reunida pelo poeta Ki Tsurayuki que, no prefácio, proporcionou a base para a poética japonesa. Ki Tsurayuki é também conhecido como autor de um nikki, primeiro exemplo de um importante gênero literário japonês: o diário.

 

 

A literatura do começo do século X aparece em forma de contos de fadas, como O conto do cortador de bambú, ou de poemas-contos, entre eles, Ise monogatari (Contos de Ise, c. 980). As principais obras da literatura de Heian são Genji monogatari (Contos ou História de Genji, c. 1010) de Murasaki Shikibu, primeiro importante romance da literatura mundial, e Makura-no-soshi (O livro travesseiro) de Sei Shonagon.

 

 

A literatura medieval japonesa é marcada por uma forte influência do budismo Zen, e um trabalho representativo é Heike Monogatari (1371), uma descrição da luta épica entre os clãs Minamoto e Taira pelo controlo do Japão no final do século XII, outros trabalhos importantes deste período são Hojoki (1212) de Kamo no Chōmei e Tsurezuregusa (1331) de Yoshida Kenko.

 

 

Durante o Período pré-moderno (1600 a 1868), a literatura desenvolveu-se no ambiente de paz que se verificou na maior parte desta época.

Devido em grande parte ao crescimento das classes trabalhadora e média na nova capital Edo (actualmente Tóquio), apareceram e desenvolveram-se formas de drama popular que posteriormente evoluiram parakabuki.

 

O dramaturgo de joruri e kabuki Chikamatsu Monzaemon tornou-se popular no final do século XVII. Matsuo Basho escreveu Oku no Hosomichi (奥の細道, 1702), o seu diário de viagem. Hokusai, um dos mais famosos artistas de ukiyo-e, ilustrou trabalhos de ficção além das suas famosas 36 vistas do monte Fuji.

 

Neste período de paz e riqueza surgiu uma prosa obscena e mundana de um caráter radicalmente diferente ao da literatura do período precedente. A figura mais importante do período foi Ihara Saikaku, cuja prosa em O homem que passou a vida fazendo amor (1682) foi muito imitada. No século XIX foi famoso Jippensha Ikku (c. 1765-1831), autor da obra picaresca Hizakurige (1802-1822).

 

O haicai, um verso de 17 sílabas que reflete a influência do zen, foi aperfeiçoado neste período. Três poetas destacam-se por seus haikais: o monge mendicante zen Basho, considerado o maior dos poetas japoneses por sua sensibilidade e profundidade; Yosa Buson, cujos haikus expressão sua experiência como pintor, e Kobayashi Issa. A poesia cômica, numa diversidade de formas, influenciou também este período.

Samurais

 

O processo histórico que culminou na formação da casta social dos samurais teve início já no século VIII. Mas foi apenas com o estabelecimento do primeiro xogunato, no final do século XII, é que teve início o período de sete séculos de dominação política e social samurai sobre o povo japonês, que terminou com a Restauração Meiji e a queda do terceiro xogunato, na segunda metade do século XIX.

 

O samurai era uma pessoa muito rígida moralmente, tanto que se seu nome fosse desonrado ele executaria o seppuku, pois em seu código de ética era preferível morrer com honra a viver sem a mesma.

 

Seppuku, suicídio honrado de um samurai em que usa uma tanto (faca) e com ela enfia no estômago e puxa-a para cima eviscerando-o. Uma morte dolorosa e honrada.

 

Inicialmente, os samurais eram apenas coletores de impostos e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.

 

Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o termo "samurai", e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se no Kobudo (artes marciais samurais), manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até o xogunato dos Tokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Assim, o título de "samurai" começou a ser passado de pai para filho.

 

O samurai mais famoso de todos os tempos foi Miyamoto Musashi (1584—1645), um guerreiro que veio do campo, participou da batalha de Sekigahara e iniciou um longo caminho de aperfeiçoamento. Ele derrotou os Yoshioka em Edo (atual Tóquio) e venceu o grande Sasaki Kojirō, outro grande samurai.

 

Pelo fim da era Tokugawa, os samurais eram burocratas aristocráticos ao serviço dos daimiô, com as suas espadas servindo para fins cerimoniais. Com as reformas da era Meiji, no final do século XIX, a classe dos samurais foi abolida e foi estabelecido um exército nacional ao estilo ocidental. O rígido código samurai, chamado bushido, ainda sobrevive, no entanto, na atual sociedade japonesa, tal como muitos outros aspectos do seu modo de vida.

 

Os Samurais, como classe social, deixaram de existir em 1868, com a restauração Meiji, quando o imperador do Japão retomou o poder do país.

Seu legado continua até nossos dias, influenciando não apenas a sociedade japonesa, mas também o ocidente.

Kitsune
 

Raposas são um assunto comum no Folclore Japonês; kitsune refere-se geralmente neste contexto. Histórias as descrevem como seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. 

 

Entre estes poderes mágicos, tem a habilidade de assumir a forma humana — normalmente aparecem na forma de uma mulher bonita, uma jovem ou uma velha. Enquanto algumas histórias falam que as kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas — como muitas vezes fazem em folclores — outras histórias as retratam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e esposas.

 

Além da habilidade de assumir a forma humana, elas possuem os poderes de possessão, conseguem gerar fogo das suas caudas e da sua boca, o poder de aparecer nos sonhos e o de criar ilusões.

Tomoe Gozen

 

Estima-se que Tomoe (que significa Círculo Perfeito) nasceu por volta do ano 1157 em uma família de samurais, assim, como de costume, todas as mulheres de sua família foram treinados no manuseio da naginata, necessário para proteger a casa.

 

Tomoe lutou nas Guerras Genpei, um confronto entre clãs Taira e 

Minamoto, que durou cinco anos. Em 1184 tomou Kyoto depois de vencer a Batalha de Kurikara . Quando finalmente o Clã Minamoto venceu , seu marido Minamoto no Yoshinaka foi acusado de conspiração pelo 

Shogun Kamakura, Minamoto no Yoritomo, o que levou o imperador a declará-lo um inimigo do Estado e pedir sua cabeça. 

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